196 - Scrooged

Depois de se meter com as criaturas do além em Caça-Fantasmas, Bill Murray viu-se novamente incomodado por 3 espíritos incumbidos de transformar este materialista executivo de televisão num tipo mais bondoso e caloroso.
SOS Fantasmas é uma comédia de Natal com um pé entre o terror e o fantástico e que, ainda hoje, é das mais originais adaptações do Conto de Natal de Charles Dickens.
Recebemos não 3 mas 2 regressados fantasmas de Coimbra para assombrar o podcast natalício: José Santiago do podcast SpinOff e JB Martins do Cineblog.

195 - The Haunting

The Haunting (A Casa Maldita) é um filme culto de 1963 que ganhou a reputação de ser um dos melhores filmes do género. Do outro lado do espectro e 36 anos depois aparece The Haunting (A Mansão), a mandar a subtileza dar uma volta e a tornar-se um dos remakes mais despropositados de sempre.
A proposta é para ir com calma, não perguntar em voz alta “quem está aí?” e não stressar com os barulhos assustadores nas paredes porque, muito provavelmente, é só o barulho dos canos.
O inquilino de hoje no VHS assombrado pelo fantasma das cuecas rotas chama-se Pedro Kerouac, é autor do canal de Youtube The Curious Box sobre jogos de tabuleiro, e cinéfilo de coração.

194 - Dune

A megalómana obra literária de Frank Herbert parecia impossível de ser adaptada para cinema, com o projeto a saltar de mão em mão durante anos, até que finalmente é entregue ao jovem promissor David Lynch e estreado no início dos anos 80. O resultado é um gigantesco filme, quase tão grande como o seu flop de bilheteira e crítica.
Para descobrir se Duna é uma obra-prima incompreendida, convidámos o humorista Joca Silva para nos explicar que é preciso snifar especiaria e expandir a mente para saber apreciá-lo. É também ele que vai despejar combustível no Capacitador de Fluxo e recordar os pontos altos do ano 1984.

193 - Waxwork (com Zach Galligan)

Entre os esquecidos de comédia/terror dos anos 80, há um que enfiou um molho de sketches e homenagens a outros filmes do género num museu de cera amaldiçoado, dando início à clássica matança adolescente. É um exemplo clássico do que o cinema de horror série B melhor fazia na altura, tanto que ainda conseguiu produzir uma sequela nos anos seguintes.
Foi também o 2º projecto mais assinalável na carreira do actor Zach Galligan, o puto dos Gremlins, que nunca se conseguiu descolar do género. Sorte para nós porque assim consegue regressar ao podcast para falar na sua passagem pelo Museu de Cera.
É aqui que também cai o 12º capítulo do caça-fantasmas do IMDb "Eish, Esse Gajo!" versado a Anthony Hickcox. Um ilustre desconhecido da cadeira de realizador que nunca ouviram falar mas que já conduziu Hellraiser, Steven Seagal e Dolph Lundgren.

192 - Dressed to Kill

Ainda não tínhamos pisado o território sinuoso de Brian de Palma mas hoje espetamos-lhe a bandeira com o thriller sensual Vestida Para Matar.
Mulheres em perigo, sangue, nudez e aquele cheiro a sexo e constrangimento que muito marcou os filmes da carreira do realizador.
De Palma tem várias provas de talento nos mais variados géneros mas sentimos que são muitos os injustos esquecidos. Por isso relembramos os underrated de De Palma, com a ajuda do bem regressado António Araújo do podcast Segundo Take.

191 - Predator (com John Rosengrant)

Antes de Kevin Spacey, Harvey Weinstein ou Bill Cosby, existiu aquele que fez Arnold Schwarzenegger passar um mau bocado na selva. O Predador original é um bem sucedido cruzamento entre Alien e Apocalypse Now que nos apresentou o monstro mais letal que o cinema para machões já conheceu.
A partir do estúdio da Legacy Effects temos John Rosengrant, um dos criadores dos efeitos especiais presentes no filme, para nos contar como foi o desafio de criar o lendário "ugly mother fucker" à última hora para salvar uma produção à beira do desastre.
Conosco no sofá do podcast está Pedro Santo, autor de Bruno Aleixo e embeiçado assumido pelo alienígena de rastas. Contudo, um amor que não vai muito além do primeiro filme, pois "cada novo mau filme do Predador faz o original parecer melhor", diz ele.

190 - Alien Autopsy (com John Humphreys)

No verão de 95 estivemos todos à beira de acreditar em vida extraterrestre graças a um vídeo a preto e branco de uma suposta autópsia a um ser alienígena, alegadamente gravado após o incidente em Roswell. Todos guardam memórias da noite em que a RTP colocou o professor Pinto da Costa a analisar o vídeo e a passar um atestado de burrice a todos os crentes.
O tempo acabou por lhe dar razão e, 10 anos depois, os autores assumem a fraude. Um deles é John Humphreys, um artista plástico britânico, incumbido de construir o mítico cadáver alien que vemos em cima da mesa. É o autor que nos conta, na primeira pessoa, os bastidores do lendário embuste e que revela a receita desta sinistra mas hilariante história que enganou meio mundo.
José Santiago (podcast Spinoff) junta-se a esta conversa do outro mundo.

189 - The Wraith

Num daqueles rasgos apenas permitidos nos anos 80, "A Ira" (erradamente assim traduzido) é um mix de filme adolescente com sci-fi série B e corridas de automóvel que nos apresenta um jovem Charlie Sheen sem DSTs vindo de outra dimensão para combater um gang de mauzões e ficar com a miúda.
O Carlos Reis (Nas Nalgas do Mandarim) aceitou o convite para ver o filme e está cá hoje para tentar fazer sentido desta história que tem pouco, e descobrir qual o bikini que melhor assenta à ex-gostosona da Sherilyn Fenn.
No final inauguramos "O Capacitador de Fluxo", a nossa recém criada máquina do tempo que se estreia no ano de 1986 e relembra os seus altos e baixos na música, no futebol e, claro, no cinema.

188 - Armageddon

O filme catástrofe mais desatinado de sempre deixou uma marca tão forte no cinema do final da década de 90 que tanto o realizador Michael Bay como o próprio género "fim do mundo para breve" nunca mais seriam os mesmos.
Este podcast é a prova disso: ao lançarmos o desafio a quem nos ouve para partilhar a sua experiência pessoal com Armageddon, todos tiveram uma história para contar. Joca Silva, Dr. Kuka Veludo, Manuel Reis, Mário Lisboa e os podcasts Não Penses Mais Nisso, Nas Nalgas do Mandarim, Cinema e Tal, Prestes a Ver e Segundo Take fazem o cartaz daquele que é, por certo, o evento audio do ano e a maior reunião da podcastiana de que há memória.
Uma equipa do caraças para vos salvar a todos do cataclismo cinematográfico que faz agora 20 anos.

187 - Robowar

A história deste podcast começa com um saco de velhas videocassetes abandonadas na rua e um grupo de amigos, apaixonados pela estética retro e o espírito do videoclube, a dar-lhes um destino mais nobre.
Os convidados André Pereira e João Biscaia são os enviados do VHS Nights, um evento mensal com um universo muito próprio que se propõe a exibir filmes saídos diretamente de um videogravador. Este fenómeno saudosista já passou pelos festivais Motelx e Shortcutz e chega agora ao nosso cantinho com um exemplar genuíno em fita magnética de Robowar - A Máquina da Morte, desavergonhada e impiedosa cópia de Predador, dirigida ao refugo do mercado de vídeo dos anos 80.

186 - Sorcerer

Depois do sucesso de O Exorcista, o realizador William Friedkin teve carta verde dos estúdios para embarcar no projeto que entendesse e a escolha foi para um remake chamado Sorcerer, em português "O Comboio do Medo". Quis o destino que na mesma semana estreasse A Guerra das Estrelas e o denso e pesado filme de Friedkin ficou esquecido no tempo.
O António Araújo do podcast Segundo Take fez a proposta de o redescobrirmos. E nós embarcámos no comboio. Sem medo.

185 - Nirvana (com Tiago P. de Carvalho, realizador)

O nosso convidado escreve, protagoniza e realiza um filme gangster português de baixo orçamento, rodado em Lisboa, e que anda à volta de um grupo de delinquentes excêntricos mas pouco espertos. Chama-se Nirvana e foi parar às salas de cinema em 2014. O Tiago contou-nos a aventura que foi criar este projecto de raiz com poucos meios e com ele destacámos ainda que filmes de gangsters o inspiraram a ele e ao cinema em geral.

184 - Death Race 2000

Lembram-se do ano 2000, quando andávamos obcecados com corridas mortais onde o atropelamento não só não era crime como era um desporto? Se não se lembram é porque passaram ao lado do "futuro" distópico da Corrida da Morte no Ano 2000. David Carradine e Sylvester Stallone são os dois grandes nesta violenta comédia satírica dos anos 70 que estacionou em lugar de culto.
Em 2008, a fórmula foi transformada num filme de acção puro com Jason Statham chamado Corrida Mortal. Perdemos os travões e seguimos desgovernados em direção ao direto para vídeo das 3 sequelas e do remake, este agora novamente produzido pela lenda do cinema low budget Roger Corman. O enormíssimo produtor esteve no MotelX em Lisboa no ano passado e partilhamos agora o seu testemunho em relação ao tresloucado Death Race 2050.

183 - The Karate Kid

O Youtube Red acaba de lançar os 10 episódios de Cobra Kai, a série que demonstra que a rivalidade entre Daniel-san e e Johnny perdurou até à vida adulta.
Vamos recuar 30 anos até onde tudo começou em Momento da Verdade, um Rocky para miúdos que ganhou lugar de culto, três sequelas e um remake para a nova geração que substituiu o karaté por kung-fu. Terá sido necessário?
O sensei convidado, mestre em encerar automóveis, é o retornado João Bastos.

182 - Os Abismos da Meia-Noite

A ficção científica nunca foi devidamente explorada no cinema português. Mas se houve quem arriscasse no território do fantástico foi, definitivamente, António de Macedo.
Os Abismos da Meia-Noite é o mais esotérico e curioso filme da sua carreira ao misturar lendas, planos metafísicos e muitos efeitos sonoros de sintetizador. No meio disto tudo estão Helena Isabel e Rui Mendes que, para tornar tudo ainda mais bizarro, aparecem rodeados de luzes e lasers e esferovite pintado. Ah, às tantas ficam nus.
Nos Interstícios da Realidade pretende tirar o já falecido realizador Macedo do esquecimento e este ano venceu o Prémio Sophia para melhor documentário. O seu autor, João Monteiro, é uma vez mais nosso convidado.

181 - Joshua Tree

Arrumámos a casa e criámos uma nova imagem para o podcast. Para dar o arranque da nova temporada escolhemos um dos últimos filmes do século passado a despedir-se do arquétipo do herói musculado a aviar tiro e pontapé.
"A Fúria de Um Duro" apresenta-nos o loiro Dolph Lundgren imediatamente antes de iniciar a sua travessia no deserto do direto para vídeo. Um clássico série B que faz check a tudo o que se poderia querer: tiros, explosões, gajas boas e soft porn. No entanto, aqui o passar dos anos não foi nada simpático. Quem o explica é Carlos Reis (Nas Nalgas do Mandarim, Cinema Notebook).
Ainda há tempo para elegermos os 5 favoritos da carreira do ator sueco tornado ícone como Ivan Drago em Rocky IV.

180 - Lara Croft: Tomb Raider

Saquem das vossas pistolas, vistam os calçoezinhos e empinem os vossos seios em bico: a maior heroína do mundo dos videojogos salteou o túmulo do VHS e vem carregadinha de Girl Power.
Angelina Jolie encarnou a icónica personagem em apenas dois filmes e, 17 anos depois e um remake em cartaz, é dela que o público se continua a lembrar quando se fala em Lara Croft.
A Fernanda Branco é locutora na Rádio Condestável e não tem culpa que a tenhamos arrastado à força até aqui para preencher a quota feminina de convidados. O que nos vale é que somos o 1º podcast inclusivo de uma AI feminina, a HALberta 9000, e que está um bocadinho farta do cinema machista.

179 - Big

O Cinepop estreou-se em 2016 em Lisboa e desde então tem recolocado no ecrã de cinema um cartaz incrível de filmes icónicos. A primeira temporada deste ano vai exibir "Big", a adorada e ternurenta comédia em que Tom Hanks é uma criança no corpo de um adulto. No fundo, uma metáfora daquilo que qualquer homem é. A sugestão é do convidado Tiago P. de Carvalho, realizador e mentor deste protejo.
Terão as comédias deste género de hoje perdido a inocência e o realismo que a década de 80 ofereceu?

178 - The Shape of Water (com Luis Sequeira, guarda-roupa)

É um dos favoritos na corrida aos Óscares deste ano e conta nos créditos com dois nomeados luso-descentendes em duas categorias técnicas distintas.
Uma delas é o costume design do canadiano Luis Sequeira, que trabalhou no guarda-roupa de A Forma da Água, e que está cá hoje para partilhar conosco o processo criativo de vestir o universo lírico de uma história de amor muito diferente do habitual.
Vamos ainda às raízes das inspirações de Guillermo del Toro para este filme e compará-lo com os restantes nomeados da Academia.
Ambos adorámos “The Shape of Water”. Mas será que merece vencer o Melhor Filme?

177 - Braindead (com Tim Balme, actor)

Recebeu o Grande Prémio do Fantasporto em 93 e o sucesso repetiu-se um pouco por outros festivais no mundo. Morte Cerebral é "o filme mais sangrento da História do cinema" e a mais incrível obra de terror gore de Peter Jackson antes do Senhor dos Anéis.
Por entre litros de sangue e quilos de entranhas e secreções encontramos Lionel, interpretado pelo actor neo-zelandês Timothy Balme, que nos acompanha neste episódio para recordar a tresloucada rodagem deste criativo filme, não apropriado a estômagos sensíveis.
Recomenda-se um saco de vómito durante os 50 minutos que se seguem.

176 - Game of Death

Depois de rodar Enter the Dragon, a lenda das artes marciais Bruce Lee deixava o mundo terreno com um projecto inacabado chamado Game of Death. Com cerca de meia hora de cenas gravadas, e com a inesperada popularidade global póstuma do seu protagonista, os estúdios decidem finalizar o filme à mesma recorrendo a duplos, muito truque estranho de edição e, mais inacreditável ainda, imagens reais do funeral de Lee, onde o próprio aparece cadáver, deitado no caixão.
Hoje tentamos perceber como é que "O Último Combate de Bruce Lee" existe e quem é que achou que isto seria uma boa ideia.
Recordamos ainda outros quebra-cabeças célebres das mesas de edição, quando as suas estrelas de cinema decidem ir desta para melhor sem avisar ninguém.
O convidado do podcast é o fã de artes marciais e jovem realizador Ricardo Machado.

175 - O Ninja das Caldas (com Hugo Guerra, realizador)

No final dos anos 90, um grupo de estudantes de Caldas da Rainha resolveu filmar uma paródia propositadamente má com ninjas assassinos, vilões tenebrosos, braços decepados e sangue... muito sangue. O inesperado aconteceu nos anos seguintes, ao transformar-se num dos mais bizarros fenómenos virais do cinema amador em Portugal. A TV por cabo e o advento da internet acabariam por tornar O Ninja das Caldas numa lenda audiovisual.
O seu autor é hoje um prolífero diretor de efeitos visuais para cinema e videojogos e está a milhas daquilo que, ironicamente, é ainda o seu mais mediático trabalho. Pelo menos por terras lusas. Hoje sentamos Hugo Guerra no cadeirão e obrigamo-lo a sentir "a supremacia da dor!"